16 de jun. de 2010

Grupo feminino promove ação beneficente

Desde 1971, a Paróquia Nossa Senhora do Carmo recebe mulheres para produzir roupas para doação

Por Leo Renato Bernardes

As tardes de terça-feira na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na 913 sul, reservam mais que uma ação solidária. Um grupo de mulheres entre 50 e 80 anos se encontra para rezar e ajudar as pessoas mais pobres da cidade. Com muita alegria, elas tornam o trabalho divertidíssimo. Nesses dias, elas consideram o trabalho manual uma terapia.

Organizadora do grupo, Aparecida Saraiva, 77, participa da ação solidária desde 1973. Segundo ela, são 39 anos de muito amor e companheirismo para ajudar pessoas mais carentes, que muitas vezes não tem dinheiro para comprar roupas. Ela conta que na equipe de trabalho cada uma ajuda no que sabe fazer. “Aqui ninguém fica parado. Sempre tem coisa para fazer. Se não sabe costurar, ajuda no acabamento ou no corte”, diz.

As entregas das roupas são feitas duas vezes por ano. A primeira acontece em junho e a outra em novembro. Lá, produzem bermudas, enxovais para bebês, vestidos, paletós e calcinhas. Por conta do frio, as roupas entregues no primeiro semestre são feitas de flanela e as do segundo são produzidas com outros tecidos. Todo o material é doado para creches, orfanatos e comunidades carentes.

A aposentada Wilma Guimarães, 62, está no grupo há oito anos. Ela ajuda na parte do acabamento das roupas e destaca a alegria do trabalho. “Aqui a gente conta piada, fofoca, fala dos políticos. Fazemos de tudo”, conta. Ela também afirma que o relacionamento é muito bom. “É uma terapia para a gente. Ninguém vai ao psicólogo”, diz.

Há seis anos no grupo, Guiomar Pereira, 61, faz parte da equipe que costura as roupas. Conheceu a ação por meio de uma amiga e nunca mais deixou de ir. Hoje, ela também faz do espaço seu local de trabalho. A Paróquia cedeu um espaço para que ela pudesse trabalhar como costureira. O cantinho em que faz os serviços manuais funciona todos os dias da semana. Mas, nas tardes de terça-feira, Guiomar para tudo e ajuda na produção das roupas. “O pessoal espera a terça-feira para poder vir. Esse dia é de festa”, diz. A comerciante lembra que o grupo é alegre e receptivo e comenta que é difícil todas pararem de frequentar. “Daqui, só sai quando morre ou não tem mais condições”, sorri.

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