24 de mai. de 2010

Companheiros contra a solidão

Animais de estimação alegram a casa e são ótimos amigos

Por Dayara Martins e Carolina Paccini

Animais de estimação são excelentes companheiros para o ser humano. Para quem chegou à terceira idade, acabam se tornando companhias ainda melhores. Depois que adquirem um bicho, muitos voltam a ter disposição e ânimo para realizar as atividades cotidianas. O que antes tinha sido deixado de lado por alguns, como caminhar, ter vaidade ou sair, torna-se prazeroso de novo. Tudo porque sentem-se responsáveis por alguém outra vez, que no caso, depende deles, como uma criança, para viver.

Maria de Lourdes, 73, viúva há quase dois anos, sempre viveu para a família. Depois que os filhos se casaram, dedicou-se exclusivamente ao marido. Quando moravam em uma fazenda, ele cuidava do gado e ela da casa. “Eu tinha uma vida que me entretinha”. Com a morte do marido, tudo mudou. “Demorei a acostumar e a presença de um bichinho me ajudou muito”, assume. Lourdes ficou depressiva e conta que depois que Kiko, seu cachorrinho, chegou à sua casa, ficou com mais disposição. “Converso e brinco com ele o tempo todo. É minha distração para ir levando a vida”.


Já Maria Chaves, 82, que vive sozinha há um ano e meio, mesmo com uma rotina cheia, se sentia sozinha. Para a dona de casa, o dia sempre começa às 5h. Primeiro, com suas auto-massagens ensinadas pelo médico, depois com oração do rosário, caminhada, missa pela televisão e almoço. À tarde, costuma visitar doentes e participa de grupos da igreja, como os vicentinos. Apesar dos afazeres e das visitas freqüentes dos filhos, ainda sentia-se sozinha. “Quando resolvi ter um cachorrinho, tudo mudou. Fiquei mais alegre, tinha alguém para conversar sempre. Eles entendem tudo, só não falam. Muitos são mais amigos que o próprio ser humano”, acredita.

São vários os benefícios do convívio com um animal, mas o psicólogo Aderval Costa alerta: “É muito perigoso transferir tantas expectativas de felicidade para o animal de estimação. Quando ele morrer, o idoso pode ficar pior do que antes”, explica. Ele afirma que, primeiro, as pessoas têm de procurar a razão de viver dentro de si para ficar bem.

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