8 de abr. de 2010

Sem limites para voar

A Federação de pára-quedismo do Distrito Federal tem cadastrados 135 pára-quedistas na cidade. Cerca de 7% desses atletas têm mais de 50 anos


Por Flaviana Damasceno


Eles são mais de 2.500 espalhados em 22 estados por todo Brasil, segundo a Federação de Pára-quedismo do Distrito Federal (FPDF). O estado com o maior número de pára-quedistas é São Paulo, com 705 atletas licenciados. Para saltar é preciso ter no mínimo 15 anos e não há limites quanto a idade de parar, isso depende de cada um.

Profissional desde 1980, André Luiz Niemeyer, 51 anos, conhecido como Gago, nasceu no Rio de Janeiro. Veio morar em Brasília ainda bebê e começou a saltar aos 21. Fez parte da primeira turma de pára-quedismo civil, ministrada por militares da brigada do Rio de Janeiro. Saltou pela primeira vez em Formosa, cidade do interior de Goiás. O fotógrafo é instrutor de pára-quedismo há 12 anos. Quando questionado sobre a aposentadoria, a resposta sai sem gaguejar: “Nunca! Pretendo saltar até o último dia da minha vida”.

O diretor financeiro da FPDF, Gustavo Barreto, 33 anos, mais conhecido como Zé do Boné, é responsável pelo cadastro dos atletas e pela emissão das licenças dos pára-quedistas. “Os pára-quedistas mais ativos são os maiores de 50 anos, que saltam com frequência”, afirma. Nos anos anteriores, o cenário não variou muito. Em 2009 e 2008, eram 12 pára-quedistas com essa faixa etária. No ano anterior tinham 11. “Pode-se dizer que o número de atletas com mais de 50 anos tem se mantido”, conclui Barreto, que também é pára-quedista e salta há 10 anos.

O aposentado Augusto Ribeiro, 59, começou na atividade em 1970, quando foi voluntário do exército brasileiro pela Brigada de Infantaria de Pára-Quedistas, única escola de formação pára-quedista militar no Brasil. Atualmente, tem contabilizado mais de 7 mil saltos. Augusto é instrutor e, assim como Gago, não pretende parar de saltar. “Ainda tenho que formar muitos outros pára-quedistas”, justifica.

Mas nem todos tem o espírito aventureiro para se arriscar nas alturas. O servidor público Paulo Costa, 54, admira quem tem coragem de saltar. No entanto, garante que jamais passará pela experiência. Paulo serviu a Aeronáutica quando jovem e lá viu tudo o que precisava para não querer sair do chão. Aos 22 anos, passou em um concurso para sargento especialista, em Guaratinguetá (SP). No segundo semestre, os alunos deveriam escolher uma especialidade. Sugeriram a ele mecânico de vôos. “Quando vi meus colegas com pernas, braços e pés quebrados, percebi que aquilo não era pra mim. Desisti e me especializei em desenho. O ar e a água não são minha praia, meu negócio é a terra”, completa.

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