12 de abr. de 2010

A dose certa

Preocupação exagerada de portar doenças graves também é doença

Por Dayara Martins

A Hipocondria pode aparecer em qualquer idade e é comum nos dois sexos, apesar de rara. Estudos mostram que de 4% a 7% das pessoas que vão ao médico relatam transtornos que se enquadram dentro dessa doença crônica. O mais comum é que ela surja entre os 20 e 30 anos. O adulto hipocondríaco normalmente apresenta uma alteração na personalidade, que pode ser temporária. Para o idoso, a “mania de doença” costuma vir associada com comportamentos depressivos.

A patologia é difícil de ser diagnosticada, pois precisa de um acompanhamento médico especializado para não confundi-la com a depressão. Alguns sintomas da enfermidade são: ideia fixa de portar uma doença grave, automedicação e marcação de consultas médicas rotineiras.

Uma boa opção hoje em dia é participar de psicoterapia em grupo, no qual todos discutem seus problemas, angústias e possíveis soluções. O geriatra Renato Maia Guimarães, 58, autor e editor de dois livros sobre o tema, afirma que “nem sempre uma preocupação excessiva com o corpo é necessariamente inadequada, no entanto, é preciso acompanhar as queixas múltiplas para um melhor diagnóstico”.

Não existe uma causa específica e prevenção para esse mal. Porém, ele costuma surgir em pessoas com pouca vida social ou que tiveram uma doença muito grave, em especial na infância. Normalmente passaram por algo muito estressante, como a morte de um ente querido, e não encontraram mais atividades que despertassem seu interesse.

Dona Maria de Lourdes, 72, há oito anos fez uma cirurgia arriscada nos olhos e acabou perdendo a visão de um deles. “Nunca mais fui gente”, declara Maria. Ela, que viveu sempre para a casa e o marido, teve de lidar com a morte recente do seu companheiro com o qual viveu mais de 50 anos. Hoje depende de remédios para estabilizar sua pressão, diabetes e, principalmente, humor. “Não me interesso por nada, não sirvo para nada, já estou muito velha”, desabafa. Sofrendo de depressão desde então, Maria de Lourdes possui sintomas hipocondríacos, mas só um acompanhamento médico mais detalhado pode confirmar. Os filhos cuidam da sua saúde, mas mesmo assim, a avó de 23 netos diz que “é da solidão que mais tenho medo

Caso você queira fazer um teste para saber se é hipocondríaco, clique aqui. Mas, não deixe de procurar um médico!

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