27 de set. de 2009

Capoterapia ajuda idosos a se movimentar e viver melhor

Por Mayara Aguiar

Terapia corporal usa movimentos da capoeira para trazer mais agilidade e qualidade de vida para os idosos. Os praticantes da técnica aprendem a viver com mais qualidade e tem benefícios físicos, sociais e emocionais

Agilidade, auto-estima e saúde. Esses são um dos principais benefícios que uma pessoa ganha praticando exercício físico. E quando o praticante faz parte de um grupo de pessoas “mais vividas”? Os benefícios são em dobro, garante a personal trainer Patrícia Queiroz “a prática de exercícios torna a vida do idoso mais funcional e independente”. E para se praticar capoeira é preciso preparo e idade? Um grupo de idosos de Taguatinga, cidade satélite do Distrito Federal, é a prova que não. Idealizada pelo Mestre Gilvan de Andrade a capoterapia vem adquirindo novos adeptos e provando que é possível praticar atividade física na terceira idade.

Uma das diferenças da capoeira tradicional para esse novo método está no ritmo e na intensidade. Assim como na capoeira, na Capoterapia há a ginga, movimento tradicional da capoeira. Porém, os alunos têm pequenas noções da esquiva, que é o ato de se desviar de um golpe. Não há saltos, nem golpes mais contundentes, que podem expor os idosos a acidentes e lesões. A Capoterapia pode ser praticada, inclusive, por deficientes visuais, pessoas com déficit mental ou com seqüela motora. Apenas pessoas com doença cardíaca grave devem evitar, pois nestes casos qualquer esforço físico mais intenso é uma ameaça a sua saúde.

Patrícia Queiroz, personal trainer, enaltece a importância da atividade física para o idoso. “É ótimo para a saúde. Ela melhora a capacidade funcional, ou seja, o idoso passa a conseguir realizar tarefas do dia a dia com facilidade. Melhora a capacidade cardiorrespiratória e há uma manutenção da massa óssea e fortalecimento muscular”, afirma. “Sem falar na parte social. Melhora a auto-estima do idoso. É bonito ver um aluno feliz quando ele percebe que consegue realizar tarefas simples do dia a dia. Eu tinha uma aluna que sonhava em ir à praia estender a toalha de praia no chão e se sentar. Como ela já tinha 65 anos não tinha muita facilidade para se sentar e se levantar. Trabalhamos um bom tempo nesse exercício e no fim ela conseguiu”, completa Patrícia afirmando que muitos de seus alunos ultrapassaram barreiras que a idade estava colocando.

E foi com a Capoterapia que dona Francisca do Carmo, 67, melhorou a sua locomoção. Ela que tem doze filhos e 8 netos e diz que se sente bem como não se sentia há muito tempo. Ela conta que conheceu a Capoterapia no posto de saúde da Ceilândia. Dona Francisca fala que antes da Capoterapia ela não se sentia disposta nem para levantar da cama. “Um tempo atrás eu custava levantar e quando levantava tinha que ficar em pé um pouco para depois caminhar, agora não sinto nada disso e me levanto normalmente. Houve uma mudança muito boa em minha vida, por exemplo, hoje eu posso caminhar normalmente”, comenta com orgulho.

Dona Francisca completa dizendo que os exercícios trouxeram não só bem-star físico, mas também muita felicidade para sua vida. “Antes minha vida era sem graça, hoje me sinto bem , estou sempre rodeada de amigas. Tenho muita força para freqüentar minhas ginásticas com minhas colegas”, comemora.

A maior surpresa foi dona Maria das Dores de 74 anos. Ela diz que antes ela não fazia nenhum exercício físico e que se sentia muito triste. “Eu não fazia nenhum exercício e não fazia questão de conhecer coisas novas. Eu era uma pessoa triste e doente, vivia estressada. Não me agachava e sentia muitas dores devido à bucite”, conta. Ela complementa dizendo que a vida mudou depois da Capoterapia. “Agora me sinto com mais saúde e as dores acabaram”, comenta. Por fim dona Maria agradece o mestre Gilvan que mudou suas vidas. “Parabéns para o professor Gilvan que nos trouxe muita saúde e alegria”.

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